quinta-feira, 15 de janeiro de 2009


A morte anda à solta.
E não é você quem ela quer.
Ela quer quem você mais ama.
Pra te fazer sentir dor de verdade.
Pra te fazer parar com toda essa futilidade.

A cada aniversário, enquanto você acrescenta uma vela a mais no bolo, a morte vem e te tira.
Tira a vela que você acabou de assoprar.
Mas não é você quem ela quer.
Ela quer quem você mais quer.
Pra te fazer sofrer.

Esteja sempre com um olho aberto e o outro arregalado.
Com uma mão na frente e a outra além.
Proteja com unhas e caninos os teus mais preciosos quilates.
Porque depois da primeira dor, a dor é eterna.
E a qualquer momento ela pode acentuar.




A morte está comigo agora. Quem ela quer levar?

3 comentários:

  1. A morte?
    Dedico, então, à você minha amiga desconhecida, um pequeno poema:
    Escalada escaldante

    Morte?
    -Não volte
    Haja sorte pra que fique ai onde está.
    Mas, como é?
    Consegue dizer?
    Mandar bilhete através do azar?
    A humanidade já te fez um altar – de medo

    Sorte?
    -Absolutamente inexistente
    É a visão dos cegos de destino
    Mas, adianta?
    Tanta gente te tenta, te culpa, te quer...
    Você não tem gosto nenhum

    Aprazia
    A certeza entre a morte e a sorte:
    Uma vem
    A outra talvez
    Uma já se pode ter sentido
    Morte só se acredita vendo
    Sorte talvez morrendo

    ...
    Ela incomoda a todos nós.

    ResponderExcluir
  2. Quem sabe seja o caminho pra casa? um dia entenderemos, ou não...

    ResponderExcluir
  3. Escrevi um texto sobre morte hj no meu blog. Bem mais modesto. E a Elem me disse q vc tb tinha escrito um. Tb to numa fase 'morte'. Uma fase 'morte na família', pra ser mais específica... Me perturba esse tema... Enfim, passei pra dizer q gostei muito do seu. Grande texto. Parabéns!

    ResponderExcluir