A morte anda à solta.
E não é você quem ela quer.
Ela quer quem você mais ama.
Pra te fazer sentir dor de verdade.
Pra te fazer parar com toda essa futilidade.
A cada aniversário, enquanto você acrescenta uma vela a mais no bolo, a morte vem e te tira.
Tira a vela que você acabou de assoprar.
Mas não é você quem ela quer.
Ela quer quem você mais quer.
Pra te fazer sofrer.
Esteja sempre com um olho aberto e o outro arregalado.
Com uma mão na frente e a outra além.
Proteja com unhas e caninos os teus mais preciosos quilates.
Porque depois da primeira dor, a dor é eterna.
E a qualquer momento ela pode acentuar.
A morte está comigo agora. Quem ela quer levar?
A morte?
ResponderExcluirDedico, então, à você minha amiga desconhecida, um pequeno poema:
Escalada escaldante
Morte?
-Não volte
Haja sorte pra que fique ai onde está.
Mas, como é?
Consegue dizer?
Mandar bilhete através do azar?
A humanidade já te fez um altar – de medo
Sorte?
-Absolutamente inexistente
É a visão dos cegos de destino
Mas, adianta?
Tanta gente te tenta, te culpa, te quer...
Você não tem gosto nenhum
Aprazia
A certeza entre a morte e a sorte:
Uma vem
A outra talvez
Uma já se pode ter sentido
Morte só se acredita vendo
Sorte talvez morrendo
...
Ela incomoda a todos nós.
Quem sabe seja o caminho pra casa? um dia entenderemos, ou não...
ResponderExcluirEscrevi um texto sobre morte hj no meu blog. Bem mais modesto. E a Elem me disse q vc tb tinha escrito um. Tb to numa fase 'morte'. Uma fase 'morte na família', pra ser mais específica... Me perturba esse tema... Enfim, passei pra dizer q gostei muito do seu. Grande texto. Parabéns!
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