quinta-feira, 25 de dezembro de 2008


Cá estou eu, em frente a esta janela de edição de texto, cheia de coisas para resmungar e algo me paralisa.
Por que planejamos tanto se já sabemos que os planos dificilmente acontecem. E no meu caso, quando acontecem, já não são mais tão esperados... Eu sou muito exigente. E nunca, NUNCA OUVIRAM??, vou estar contente.

Fazendo um balanço deste ano, o pior ano e não só da minha vida, percebo que aconteceram coisas nele que não aconteceram durante a minha vida toda. Ser chamada em três concursos públicos, entrar em um mestrado na federal às cegas, comprar e aprender a andar de moto, e pior: amar andar de moto e não lembrar mais de como era a minha vida sem a minha moto para só depois se preocupar em tirar a carta de habilitação, conseguir preencher a minha carga horária, ainda que mal planejada, mas conseguir cumpri-la e ter o trabalho reconhecido mesmo tendo consciência de que não dei o melhor de mim... Enfim, várias coisas boas aconteceram. Coisas que talvez demorem muito mais tempo para acontecer na vida das pessoas normais. Me distinguo das normais porque eu tenho uma afobação fora do normal, que até está me deixando doente... E teve mais. Muito mais. Neste ano fiz amizades incríveis. Descobri em alguns colegas de trabalho verdadeiros amigos. Pessoas que me faziam sair de casa com vontade, pois eu sabia que encontraria nas escolas palavras de conforto, de coragem, de otimismo.

E mesmo assim eu não consigo vibrar. Se eu não fosse tão afobada, teria no mínimo uns cinco anos de comemorações: três para cada concurso público chamado, mais um para o Mestrado e outro pela moto... hehe

A verdade é que a perda para a morte do meu sobrinho foi letal. E agora eu ando assim, meio de lado, carregando essa dor. Às vezes eu choro sim. Mas não é sempre. Eu gosto de coisas práticas. E chorar não é algo assim tão prático. O que me resta é lembrar dele com muito amor, muita saudade e muita alegria por ter convivido esses quase oito anos em vida com ele.
Colocando esse peso na balança, não há mestrado, nem doutorado, nem concursos que possam a deixar nivelada. Muitos choram diariamente por perdas para a vida. Eu choro de uma perda para a morte.

Portanto, mais um ano se acabando, e com ele também se acabando o chatíssimo espírito de Natal. Até o Panetone fica ruim no Natal. E daqui a pouco o espírito do comércio já já se acaba também, com toda essa crise... E aí só nos restara em fechar os olhos ao dormir e ao se levantar e agradecer a Deus por mais um dia.

E para fechar com chave de ouro: cá estou eu, toda esborrachada, estrupiada, ralada, acidentada por um tombo com minha moto. Ai céus!!


Um comentário:

  1. Esse texto mexeu mto comigo... me faz pensar em mtas coisas...
    Beijo e fique bem

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